Veja os problemas causados com O consumo de álcool na gravidez, a importância de se previnir e os principais riscos a gestação
O álcool é considerado uma das causas não genéticas mais frequentes de deficiência intelectual e é a principal causa de anomalias congênitas evitáveis. Não existe quantidade segura para o consumo na gravidez, o feto é extremamente vulnerável, visto que o álcool atravessa livremente a barreira placentária. Gestantes usuárias de álcool tendem a rejeitar cuidados pré-natal; há maior incidência de sintomas depressivos e de violência doméstica.
O consumo de álcool na gravidez é capaz de causar efeitos deletérios em qualquer idade gestacional, principalmente no que diz respeito aos efeitos neurocomportamentais.
O álcool é uma substancia que atravessa a barreira placentária livremente. Isso significa que o bebe terá sempre a mesma concentração sanguínea de álcool que a sua mãe. Há, porém, um agravante: ao contrário do que ocorre com a mãe, o imaturo fígado do feto ainda não é capaz de processar o álcool que circula em seu organismo.
Já há décadas sabemos que o álcool é uma droga com potencial teratogênico, ou seja, capaz de causar malformações nos fetos. Alguns estudos mostram que mesmo em quantidades mínimas de álcool no sangue da mãe, são capazes de provocar alterações nas células do feto, principalmente nos neurônios.
Principais síndromes encontrada nos fetos.
As desordens do espectro alcoólico fetal (DEAF) são um grupo de alterações que podem surgir em filhos de mães que consumiram álcool na gravidez. A forma mais grave é chamada síndrome alcoólica fetal (SAF) uma doença que, conforme estimativas, afeta cerca de 30 mil crianças nascidas anualmente no Brasil, que pode provocar malformações, anomalias do sistema nervoso central, atraso no crescimento e prejuízos no desenvolvimento do bebe.
Seja em grandes ou pequenas quantidades, a ingestão de álcool em qualquer fase da gravidez é um fator de alto risco para diversas malformações no feto que caracterizam a SAF. De acordo com o neurologista José Mauro Braz de Lima, professor de medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em geral, quanto maior mais frequente for o consumo de bebidas alcoólicas, maior o risco do filho desenvolver DEAF e SAF.
Já as desordens do espectro alcoólico fetal englobam não só as malformações fetais, mas também alterações menos obvias no desenvolvimento intelectual da criança, que podem só se tornar aparentes no final da infância ou início da adolescência.
Além disso, podemos citar outros sintomas e sinais como:
Malformações nos ossos da face
Microcefalia (crânio de tamanho pequeno)
Baixa estatura
Baixo peso corporal
Déficits de coordenação motora
Hiperatividade
Déficit de atenção
Mau desempenho escolar
Dificuldade de aprendizagem
Atrasos no desenvolvimento da fala
Baixo QI
Problemas d visão e audição
Malformações em coração, ossos ou rins
Morte súbita do recém nascido
O Consumo de Álcool na gravidez
Mas como já falamos, algumas das alterações do desenvolvimento intelectual da criança podem se tornar aparentes mais tarde, por volta dos 10 anos de idade.
Todo ano, cerca de 119 mil bebes nascem com a SAF, causado pelo consumo de álcool na gravidez. E mais: de acordo com o mesmo levantamento publicado no The Lancet Global Health, 10% das gestantes não param de beber durante a gestação, sendo assim alguns desses bebes apresentam algum tipo de deficiência- física, mental, cognitiva ou comportamental.
O consumo de álcool na gravidez também traz riscos a própria gravidez, com elevação do risco de aborto, parto prematuro e morte fetal intrauterina.
Você deixaria seu filho consumir álcool?
O álcool atravessa facilmente a placenta de forma que, após 1 hora, a concentração de álcool no sangue da mãe é a mesma que a do sangue do feto. Na pratica, isso significa que o seu feto consume a mesma quantidade de álcool que você.
Se você não daria um copo de vinho ou cerveja para seu filho de 3 ou 4 anos, por que aceitaria dá-lo ao seu bebe que está na barriga?
Existem estudos que mostram que mesmo em pequenas doses, o álcool é capaz de provocar alterações tanto no nível molecular quanto a nível de formação craniofacial do feto.
Mesmo com a proibição, o consumo de álcool na gravidez é alto. Mesmo com a ampla divulgação da opinião contraria dos médicos, pesquisas mostram que entre 20% a 30% das gravidas referem ter tomado alguma quantidade de álcool na gravidez e de 3% a 5% referem ter consumido mais de 3 doses em um só dia pelo menos uma vez durante a gestação.
A importância da Prevenção – Álcool e gravidez = tolerância zero!
Se as entidades médicas passassem a não mais proibir publicamente o consumo de álcool na gravidez, esses números que já são altos, provavelmente iriam aumentar.
Imagine que até a metade das gravidas possam ingerir álcool, mesmo que ocasionalmente, quando não há evidências que atestem a segurança dessa conduta é algo bastante preocupante e que a longo prazo poderia gerar epidemia de crianças com baixa desempenho escolar.
Portanto, até que surjam evidencias em contrário, a conduta mais sensata e segura é evitar completamente o consumo de álcool.
Não há dados científicos para que podemos definir qual é a quantidade mínima de álcool que uma gravida pode consumir sem expor o seu bebe a riscos.
Mesmo quando falamos em apenas um único drink durante toda a gravidez, não podemos fazer nenhuma afirmação positiva. Ou seja, não há dados para dizer que uma taça de vinho apenas seja sabidamente segura.
O Consumo de Álcool na gravidez: Tratamento
Considerando os problemas físicos, mentais e comportamentais relacionados a exposição fetal ao álcool, as orientações clinicas pré-natal sugere uma breve avaliação do consumo de álcool durante a gravidez para detectar o consumo de álcool e ajusta intervenções, identificar mulheres com transtornos de uso de álcool é importante, porque elas podem precisar de uma intervenção mais especifica do que um simples conselho para se abster, para que essa mamãe passa vir a parar com esse vício.
De modo geral as gestantes alcoólicas são encaminhadas para serviços de reabilitação. Contudo, recentemente um programa de intervenções curtas vem sendo utilizado com resultados animadores. São entrevistas / reuniões de aconselhamento realizada por profissionais treinados para isso, mas quando apenas essas reunião não são necessárias sabemos que existem clinicas que acabam acolhendo essas pacientes para um tratamento por um período, até mesmo porque dentro dessas unidade existem profissionais capacitados para isso, exemplo: médicos ginecologistas. Confira as Clínicas de Reabilitação Feminina do Grupo Gilardi
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Fonte Oficial – Site: https://grupogilardi.com.br/blog/