Programa de Prevenção a Recaída | Como funciona

Programa de Prevenção a Recaídas - Grupo Gilardi

Quer saber mais sobre o Programa de Prevenção a Recaída para dependentes químicos e alcoólatras e como ele funciona, veja esse post.

A dependência química é um assunto de grande importância nas discussões acadêmicas, políticas e sociais, isso, porque consiste em um grave problema social. E quando entramos nesse assunto precisamos destacar o programa de prevenção a recaída.

O uso abusivo de substâncias psicoativas por pessoas de diversas idades, dentre elas crianças e adolescente, é caracterizado por ser um problema de saúde pública na sociedade, inclusive reconhecida como uma doença, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Definida no CID 10 – Classificação Internacional das Doenças, como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos, que se desenvolvem após o uso repetitivo de determinada substância.

Conhecendo a Dependência Química

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a dependência química não está relacionada apenas ao abuso de drogas como a maconha, a cocaína ou o crak.

Acima de tudo, a dependência pode estar relacionada ao abuso de uma substância psicoativa somente, como, além das citadas, o álcool e o tabaco, ou, a uma categoria de substâncias, como as substâncias opiáceas (substâncias obtidas do ópio, como a morfina e a codeína).

Dito isso, o fato é que a dependência química consiste em uma doença crônica, multifatorial, que precisa de tratamento.

Para um usuário, é muito difícil enxergar a situação como um problema, afinal, na maioria das vezes, a droga é fonte de prazer, relaxamento e fuga.    

Seu uso produz uma satisfação momentânea, que, com o passar do tempo, passar a ter uma duração muito menor, o que faz com que o usuário precise utilizar com maior frequência para satisfazer essa necessidade de prazer.

Chegando ao cenário em que o indivíduo não consegue mais ficar se a droga, uma vez que, a ausência dela gera crises de abstinência, que possuem efeitos extremamente indesejáveis.

Quando um usuário de drogas chega a esse nível de dependência, é mais do que preciso conscientizá-lo da necessidade de entrar para um programa de reabilitação e posteriormente a um programa de prevenção a recaída.

Do contrário, seu futuro não será muito positivo.

Como tudo começa

Programa de Prevenção a Recaídas - Grupo Gilardi 2
Programa de Prevenção a Recaídas – Grupo Gilardi

Um dependente químico pode iniciar sua trajetória de reabilitação de duas formas: voluntária ou involuntária.

Portanto, a internação voluntária consiste na decisão pessoa do usuário de começar um tratamento.

Ele reconhece a necessidade, reconhece que está doente e precisa de ajuda, e então, entra para o processo de reabilitação.

No entanto, em muitos casos, o dependente não concorda com a necessidade de tratamento. Para ele, as pessoas estão erradas.

Ele acredita ter o controle da situação. Diz que quando quiser, para, mas não para nunca.

E assim, a situação se prolonga, podendo ter consequências trágicas para o dependente e seus familiares.

Agressões e comportamento violento são alguns dos comportamentos que um dependente pode assumir pela necessidade da droga.

Em situações como essa, quando esse usuário constitui um risco para si mesmo e/ou para aqueles que convivem com ele, ele poderá então, passar por um processo de internação involuntária, que significa a internação sem o seu consentimento, diante do perigo apresentado a própria vida.

Essa internação possui respaldo da lei (Lei nº 13.840/2019), e defende o processo de internação involuntária, ou compulsório, sem a necessidade de uma autorização judicial, como o era antes.

O tratamento

Ao começar o processo de recuperação, o usuário passará por um período de desintoxicação, onde seu corpo se livrará das toxinas e dos efeitos produzidos pela droga em seu organismo.

O objetivo é gerar um choque nesse organismo. Aos poucos ele irá se acostumando a não precisar mais da droga para se manter e ficará mais fácil.

É nessa fase que as crises de abstinência acontecem e muitos desistem. 

Em muitos pacientes, essas crises provocam sérias mudanças comportamentais, por isso, os centros de recuperação possuem equipe multidisciplinares, especializadas no tratamento de recuperação de dependentes e estão prontos para agir com sabedoria nessas situações.

É um processo longo, desgastante, mas de grandes benefícios para o dependente químico.

Durante o tratamento, o apoio de familiares e amigos é de fundamental importância para que o paciente não desista.

Se livrar das drogas não é fácil, pelo contrário, consiste em um imenso desafio e somente com muito apoio, suporte e profissionais especializados, é possível sucesso nesse processo.

E depois? Como sobreviver sem as drogas fora da clínica?

Introdução ao programa de prevenção a recaída

Programa de Prevenção a Recaídas - Grupo Gilardi

É aqui que entra o programa de prevenção a recaída.

Então, ao voltar para a sua vida normal, o dependente químico precisará de estratégias para evitar as possíveis recaídas. 

Muitos ficam perdidos quando volta a realizar suas atividades rotineiras sem as drogas.

Se ele tinha o costume de utilizar droga nas festas que frequentava, ou na saída das confraternizações, ou quando se encontrava em uma situação determinada com pessoas específicas, o risco de ter uma recaída ao se reintegrar aos seus círculos é muito grande.

Em conclusão, um plano de prevenção a recaídas consiste em formas de identificar e reduzir os riscos associados a uma recaída, servindo de grande valia para aqueles indivíduos que se encontram em longos processo de recuperação das drogas.

Esse plano também ajuda a pessoa a identificar possíveis comportamentos pessoais que podem levar a recaídas.

Em geral, esse plano consiste em um documento que o dependente químico elabora, junto com a equipe de tratamento e seu grupo de apoio, identificando os gatilhos e as respostas necessárias para cada um deles.

A recaída não sai anunciando aos quatro ventos que irá acontecer, mas dá sinais. Geralmente acontece em etapas, começando pela recaída emocional, depois mental e pôr fim a recaída física.

Com um plano de prevenção, o dependente químico em recuperação consegue identificar essas fases e se antecipar as outras etapas, impedindo a recaída física.

Programa de prevenção a recaída – Sozinho

Programa de Prevenção a Recaídas - Grupo Gilardi 1

É muito difícil passar por qualquer processo de recuperação sozinho. Ainda mais um processo de recuperação de drogas.

A droga não é algo ruim, pelo contrário, é algo tão bom, que chega a escravizar os seus usuários.

E o dependente químico em recuperação sabe disso.

Sabe que é bom, mas sabe também as consequências desastrosas e mortais que ela gera em si, em sua vida e em suas relações, por isso, é uma luta diária o programa de prevenção a recaída. Cada gatilho contornado é uma enorme vitória.

É importante que esse plano seja escrito e não fique somente com o dependente. Ter o acompanhamento de um conselheiro é fundamental para ajudá-lo a vencer essas batalhas durante esse processo.

Além disso, existem alguns pontos que devem ser avaliados, questionados e respondidos pelo dependente ao desenvolver um plano de prevenção à recaídas.

Identificando alertas de recaída

Como já falamos acima, ele precisa estar no controle. Somente assim, conseguirá identificar os gatilhos comportamentais e contextuais que podem levá-lo a uma recaída.

Perguntas como: que tipos de pensamentos aumentam a probabilidade de usar a droga? O que levou à última recaída? Essa pergunta é de extrema importância para evitar futuras recaídas.

Portanto, o adicto precisa avaliar a sua relação com as drogas, reconhecer se em algum momento da vida, esteve mais propenso a fazer a utilização das substâncias e por quê.

Pensar no cenário geral da sua vida e identificar cada cena que possa levar a uma recaída: relacionamentos, decisões, pessoas, ambientes etc.

Então, com essas cenas identificadas, o usuário pode criar uma lista de sinais (reações) que ele pode apresentar, como sinais de alerta, de que terá uma recaída e entregar para o seu conselheiro ou sua equipe de tratamento.

Crie alternativas para as recaídas. Ao invés de se render, ligue para o seu conselheiro, faça uma visita ao centro de tratamento, ligue para um membro da família.

Enfim, são diversas as alternativas que o dependente químico pode colocar no programa de prevenção a recaída.

Quanto mais detalhado e específico for o programa, maiores as chances de sucesso.

PPR – Plano de Prevenção à Recaída de Terry Gorski

Terry Gosrki é um renomado psicólogo, especialista em recuperação de dependentes químicos e em uma de suas diversas publicações, ele destaca as onze fases da recaída, que precisam ser identificadas pelo dependente:

  1. Sinais de aviso de recaídas internos – dificuldade de pensar com clareza, de lidar com as emoções, os sentimentos, o stress;
  2. Volta à negação – preocupação sobre o bem-estar, negação da preocupação;
  3. Impedimentos e comportamentos defensivos – acreditar que eu nunca mais vou beber, se preocupar com os outros ao invés de si próprio, ficar na defensiva, comportamento compulsivo e impulsivo, tendência à solidão;
  4. Construindo a crise – visão de túnel, depressão leve, deixar de planejar construtivamente, planos começam a falhar;
  5. Imobilização – devaneios e ilusões, sentimento de que nada pode ser solucionado, desejo imaturo de ser feliz;
  6. Confusão e super-reação – período de confusão, irritação com os amigos, irritado facilmente;
  7. Depressão – hábitos alimentares irregulares, falta de iniciativa, hábitos de sono irregulares, perda da estrutura diária, profunda depressão;
  8. Perda do controle do comportamento – participação irregular nas reuniões de tratamento, atitudes de “não tenho nada com isso”, rejeição aberta de ajuda, insatisfação com a vida, sentimento de impotência;
  9. Reconhecimento da perda de controle – auto piedade, mentiras conscientes, perda da autoconfiança;
  10. Redução de opções – ressentimentos, interrupção do tratamento, solidão, frustação, raiva e tensão, perda do controle;
  11. Volta ao uso do químico ou colapso físico e emocional – volta ao uso das substâncias; vergonha e culpa, perda de controle, problemas de vida e de saúde.

Fale com nossa equipe de plantão

Especialistas

Fonte Oficial – Site: https://grupogilardi.com.br/blog/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *